Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo e com licença do Patrão Celestial.
Vou chegando, enquanto cevo o
amargo de minhas confidências, porque ao romper da madrugada e ao descambar do
sol, preciso camperear por outras invernadas e repontar do Céu, a força e a
coragem para o entrevero do dia que passa.
Eu bem sei que qualquer guasca,
bem pilchado, de faca, rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida,
se não se estriba na proteção do Céu.
Ouve, Patrão Celeste, a oração
que te faço ao romper da madrugada e ao descambar do sol:
"Tomara que todo o mundo
seja como irmão!. Ajuda-me a perdoar as afrontas e não fazer aos outros o que
não quero para mim".
Perdoa-me, Senhor, porque
rengueando pelas canhadas da fraqueza humana, de quando em vez, quase se
querer, em me solto porteira a fora... Êta potrilho xucro, renegado e caborteiro...
Mas eu te garanto meu Senhor, quero ser bom e direito!
Ajuda-me, Virgem Maria,
primeira prenda do Céu. Socorre-me, São Pedro, Capataz da Estância Gaúcha. Pra
fim de conversa, vou te dizer meu Deus, mas somente pra ti, que tua vontade
leve a minha de cabresto pra todo o sempre e até a querência do Céu.
Amém.
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