sexta-feira, 31 de maio de 2013

Virtudes psicológicas dos Cavalos

Inteligência: em primeiro lugar , o homem deve ter convivência com o cavalo para que desenvolva sua inteligencia, pois este teme o desconhecido. Muitas vezes, ao comprarmos gado chegando de automóvel no rodeio, um peão nos cede sua montaria, considerando-a de toda confiança, e por nos desconhecer, ao montá-la, nos surpreende com corcovos. 
          O cavalo é muito mais inteligente do que julgamos, Quando costumávamos pealar animais por esporte, de preferencia os mais ordinários, bastava chegar na mangueira para eles se protegerem num canto, não dando oportunidade de pealá-los. Era uma demonstração de inteligencia semelhante ao burro de um filósofo grego, que carregado de sal, percebeu que ao passar um córrego existente, quando cheio, sua carga era aliviada. Passou, então a ajoelhar-se quando atravessava em baixa para que a água atingisse o sal. Para tirar-lhe o hábito, o filósofo teve que fazer prevalecer sua inteligencia, carregando-a de ã. O burro percebeu que sua carga aumentava, passando a atravessá-lo normalmente. 

Memória: o cavalo também tem memoria, Basta verificar que reconhece locais onde teve sensações agradáveis. Se você, ao cruzar por um determinado lugar, oferecer uma cenoura ou açúcar , cada vez que fizer o mesmo caminho manifestará vontade de passar, voltando a cabeça como quem procura algo. E da mesma forma ao receber maus tratos em outro lugar, ao passar novamente, dará reações de inquietação. Nas nossas campereadas, ao regressar a casa, o cavalo se tornará alegre, mudando suas andaduras, com vontade de chegar para ser desencilhado e, talvez, ser contemplado com uma ração. 

Orientação: é o sexto sentido do animal. Sem uma orientação maior, é capaz, ao ser solto em lugar estranho de regressar a sua querência percorrendo vários quilômetros. Certamente sua memória visual colabora neste sentido, com a ajuda da audição e olfato. 

Tato: ele está situado no focinho através dos pêlos ali existentes. 

Hábitos: o cavalo adquire costumes espontâneos, como e de parar na casa de cliente de um distribuidor de mercadorias, ou no bar que o bêbado costuma abastecer. 

Sensibilidade: jamais devemos castigar um cavalo sem motivo justo, pois ele não esqueceria tamanha injustiça. 

Vontade: para ser adestrado precisa receber uma educação que contrarie sua vontade, fazendo-o adquirir bons hábitos no sentido de que o cavaleiro indique e ele execute. 

Gulodice e liberdade: são duas preferencias do cavalo. Quando observamos cavalos abrindo porteiras ou destampando tulhas é porque ele está a procura de gulodices ou da sua liberdade. Por isso quando executam satisfatoriamente nossas exigências, deve ser contemplado com açúcar, cenoura ou liberdade. O ideal, em lugar de açúcar, é dar um torrão de rapadura, rico em cálcio, fosforo e vitamina B2. 

Música: o cavalo a aprecia, dando preferencia a musica melodiosa e instrumentos como flauta e violino. Já os barulhentos como tambores não são bem aceitos. Quando o cavalo aprecia a musica, levanta a cabeça e suas orelhas ficam atentas, deixando-o calmo e paciente. Como o som causa reflexos sobre a bexiga, devemos aproveitar para ensinar o animal a urinar numa lata. Também devemos utilizá-la para os garanhões, desligados às montas, estimularem seu libido. 

Convivência: a parceria com o homem é indispensável ao cavalo. Ela traz grandes vantagens na doma e no adestramento. O cavalo passará a atender melhor o homem e este, por sua vez, a tolerar a sua irracionalidade. 

Reflexos condicionados: se condicionamos o cavalo a um leve assovio e ao ruído da ferramenta que recolhe a cama de manhã e a estende a tarde, conseguiremos que o mesmo urine numa lata de manhã e à tarde. A música também influi nos reflexos da bexiga. Se racionamos o plantel em horas certas sua salivação será mais ativa, proporcionando elevada digestibilidade. 
          Quanto mais usarmos o relógio nas atividades melhor desempenho ele oferecerá.  

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Continuação²: Freio de Ouro

Segundo momento

6) Mangueira: a prova é uma repetição dos movimentos executados no primeiro momento. Pontuação: de zero a 20

7) Bayard-Sarmento: prova em que se exige velocidade na execução, correção nos movimentos e atenção à submissão. É realizada em uma raia de 80 metros. O cavalo arranca em velocidade, percorre 40 metros, esbarra, faz a volta sobre patas para um lado e para outro de uma a três vezes, volta a correr 40 metros, esbarra novamente. Depois gira 180 graus, corre mais 40 metros novamente. Faz a volta sobre patas para ambos os lados, corre mais 40 metros e faz a última esbarrada. Pontuação: de zero a 20

8) Prova de Campo ou Paleteada 2:
Tudo igual a primeira. Pontuação: de zero a 20

Importante: As notas que aparecem nas placas deste segundo momento do Freio de Ouro são multiplicadas por dois e somadas. A soma é dividida pelo número de provas executadas até o momento e o resultado é somado com a pontuação da morfologia. Chega-se, assim, ao resultado final da prova do Freio de Ouro.

A pontuação na prova do Freio de Ouro é estabelecida da seguinte maneira:

PARTE 1: Morfologia = zero a 10

PARTE 2: Prova Funcional

Primeiro momento

1) Andadura: De zero a 15
(Tranco = zero a 3 / Trote = de zero a 8 / Galope = de zero a 4)

2) Figura: De zero a 15

3) Volta sobre patas e esbarrada: De zero a 15 (de zero a 5 para a volta sobre patas, sendo 2,5 para cada lado que o animal gira e de zero a 10 para a esbarrada, sendo 5 para cada movimento executado)

4) Mangueira: De zero a 15 (Aparte de zero a 10 e pechada 5, sendo 2,5 para cada execução).

5) Prova de campo ou paleteada: De zero a 15

As notas que aparecem nas placas até este momento são multiplicadas por 1,5. A seguir é feita a soma de todas as notas obtidas e o resultado é dividido pelo número de provas executadas e somado com a pontuação da morfologia.

Segundo momento

6) Mangueira 2: zero a 20

7) Bayard-Sarmento: zero a 20

8) Prova de Campo ou Paleteada 2: zero a 20

As notas que aparecem nas placas deste segundo momento do Freio de Ouro são multiplicadas por dois e somadas. A soma é dividida pelo número de provas executadas na competição e o resultado é somado com a pontuação da morfologia.

Continuação¹: Freio de Ouro

4) Mangueira: é o primeiro momento em que o cavalo trabalha com gado. Na mangueira, o animal mostra sua aptidão vaqueira, equilíbrio, impulsão e coragem. Esta prova é tão importante que ocorre duas vezes durante o Freio de Ouro. Divide-se em três momentos:
a) O cavalo tem de apartar (separar) um dos dois novilhos que estão na mangueira.
b) O cavalo tem de manter o novilho afastado do outro bovino por 45 segundos.
c) Retira-se os novilhos e em seguida entra outro onde o cavalo tem de arremeter com o peito, ou "pechar" (do espanhol, el pecho, o peito) contra a lateral do novilho num ângulo de 45 graus, primeiro por um lado e depois pelo outro, e faz o animal recuar. Tem 45 segundos para executar o movimento. Pontuação: de zero a 15.
Aparte: de zero a 10 

Pechada: de zero a 5 (2,5 pontos para cada execução).

5) Prova de Campo ou Paleteada 1: última e decisiva etapa do Primeiro Momento do Freio de Ouro. Observa-se aqui, mais uma vez, a aptidão vaqueira, a velocidade, a força e a total submissão do cavalo ao cavaleiro. Duplas, formadas pelo resultado da pontuação acumulada até o momento (o primeiro com o segundo, o terceiro com o quarto e assim sucessivamente) perseguem um novilho por uma raia de 110 metros de comprimento por 50 metros de largura, com marcações de fardos de feno aos 30 metros, 80 metros e 110 metros. Nos primeiros 30 metros, os ginetes deixam o novilho correr. Entre os 30 metros e os 80 metros, o novilho deve ser "prensado" entre as "paletas" dos dois cavalos, daí a expressão paleteada. Após a ultrapassagem do marco de 80 metros e antes do final da raia, os ginetes adiantam os cavalos em relação ao novilho, cortando-lhe a frente, para que o animal retorne. Na volta, a paleteada se repete, para que o novilho seja reconduzido à mangueira. Pontuação: de zero a 15.
          Importante: Até este momento, as notas que aparecem nas placas são multiplicadas por 1,5. A seguir, é feita a soma de todas as notas obtidas e o resultado é dividido pelo número de provas executadas e somado com a pontuação da morfologia. O resultado credencia de 40% a 50% dos ginetes e seus cavalos para o segundo momento do Freio de Ouro.


Como funcionam as provas do Freio de Ouro

          O Freio de Ouro divide-se em duas etapas:

PARTE 1 - MORFOLOGIA: é uma avaliação do padrão racial e do nível de enquadramento do animal aos padrões seletivos da raça. São valorizadas, nessa etapa, características como o equilíbrio estrutural, a frente leve, a firmeza da linha superior e um bom relevo muscular. Todo o conjunto tem de estar bem sustentado sobre bons aprumos. Pontuação: de zero a dez.

PARTE 2 - PROVA FUNCIONAL: a segunda fase da competição, a parte funcional, que avalia o desempenho do animal em atividades derivadas das lidas do campo, divide-se por sua vez em dois momentos:

Primeiro momento
1) Andadura:
Na primeira demonstração funcional da prova, exige-se do cavalo a definição e manutenção de três modos diferentes de andar:
a) Tranco
b) Trote
c) Galope
São observados nessa etapa a tipicidade do andar, a comodidade, o avanço e o equilíbrio. Pontuação: de zero a 15.
Tranco: de zero 3 

Trote: de zero a 8 
Galope: de zero a 4
          Importante: o trote tem peso maior na pontuação porque é a andadura mais utilizada pelo cavaleiro em um deslocamento longo pelo campo.


2) Figura: prova de média exigência, desenvolvida em um circuito demarcado por fardos de feno, em que se avalia o equilíbrio nas trocas de mãos e patas, potência de execução e submissão a todas as solicitações do ginete. Pontuação: de zero a 15
3) Volta sobre patas e esbarrada:
Um dos momentos mais difíceis do Freio do Ouro. Divide-se em duas partes:
a) Volta sobre patas: O ginete leva o cavalo à frente dos jurados, faz o animal girar sobre o próprio corpo 360 graus para um lado e em seguida para o outro. Serão dadas duas (2) voltas sobre patas para ambos os lados. Será penalizado o animal que exceder as duas voltas estipuladas e o que não der o mesmo número de voltas para cada lado. Caso não se complete o número de voltas (2) será zerada a prova.
b) Esbarrada: O ginete acelera o cavalo por uma distância de 20 metros e em seguida solicita ao animal uma freada brusca, fazendo com que ele se apoie sobre os posteriores. O cavalo praticamente "senta" no chão. A seguir, o ginete repete o movimento em sentido contrário. Esta etapa traduz um dos movimentos símbolos do cavalo de trabalho, que a sua completa submissão ao comando do cavaleiro. O cavalo tem de enfiar corretamente os posteriores entre as mãos e parar sem saltar. Pontuação: de zero a cinco para a volta sobre patas, sendo 2,5 pontos para cada lado que o animal roda. E de zero a dez para a esbarrada, sendo cinco pontos para cada movimento executado




Oração do Gaúcho

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e com licença do Patrão Celestial.
Vou chegando, enquanto cevo o amargo de minhas confidências, porque ao romper da madrugada e ao descambar do sol, preciso camperear por outras invernadas e repontar do Céu, a força e a coragem para o entrevero do dia que passa.
Eu bem sei que qualquer guasca, bem pilchado, de faca, rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida, se não se estriba na proteção do Céu.
Ouve, Patrão Celeste, a oração que te faço ao romper da madrugada e ao descambar do sol:
"Tomara que todo o mundo seja como irmão!. Ajuda-me a perdoar as afrontas e não fazer aos outros o que não quero para mim".
Perdoa-me, Senhor, porque rengueando pelas canhadas da fraqueza humana, de quando em vez, quase se querer, em me solto porteira a fora... Êta potrilho xucro, renegado e caborteiro... Mas eu te garanto meu Senhor, quero ser bom e direito!
Ajuda-me, Virgem Maria, primeira prenda do Céu. Socorre-me, São Pedro, Capataz da Estância Gaúcha. Pra fim de conversa, vou te dizer meu Deus, mas somente pra ti, que tua vontade leve a minha de cabresto pra todo o sempre e até a querência do Céu. 
Amém.



Laço Comprido: ~> Uma Paixão Gaúcha

          A prova de laço comprido é uma prova muito praticada em rodeios pelo mundo. Consiste em laçar o boi que é solto a frente do competidor montado a cavalo. Desde o brete já conta como competição e o peão já está sendo avaliado. É uma prova que conta com outros nomes em alguns lugares, mas nos principais rodeios do mundo é chamada mesmo de laço comprido. É importante que o interessado a participar de uma prova já tenha algumas habilidades em outras modalidades. As modalidades que emprestam suas técnicas ao laço comprido são a montaria, o laço entre outras. Para aprender as técnicas é necessário algum tempo de treino em montaria e é aconselhável participar antes de prova de laço ao bezerro. Além de o peão ser treinado, o cavalo também deve estar inteirado com a prova. As atitudes do cavalo são a maior causa de classificação ou desclassificação nas provas.



         ~>  Técnicas e dicas:

          O treinamento ideal para o laço comprido é aprender a técnica da distância. Sempre deve ter certeza da distância que possa lançar o laço para que o boi fique preso. No entanto deve saber que não tem várias tentativas para o acerto. Na primeira já deve laçar. Quando o boi estiver correndo o laçador observa até onde pode chegar para ser preciso na laçada e vai mantendo o cavalo nessa distância. Pouco antes de lançar, ele acelera o cavalo e na seqüência segura. Isso serve para poder lançar o laço com o cavalo praticamente parado, otimizando o nível de acerto. O laçador segura o cavalo no brete até a saída do boi. Ele toma muito cuidado para que o cavalo não se lance na arena antes do boi. Mas deve haver sincronia. O cavalo também tem que saber qual é a hora de sair do brete. Tanto é assim que se o peão for culpado pela largada antes do boi, é penalizado em dois pontos. Já se a culpa for do cavalo a pena chega a cinco pontos. Além disso, o cavalo deve estar treinado para o acompanhamento ao boi, tanto no que diz respeito à laçada, quanto depois de praticado o laço, pois deve manter uma postura de atleta. Se acaso atropelar o boi poderá ser penalizado. Normalmente a perda é de um ponto. O laçador deve conhecer bem a técnica da laçada, pois deve cerrar o laço nos dois chifres do boi para não se soltar e evitar que perca pontos com isso. Por isso a maestria e a sincronia com o cavalo são importantes. Depois de laçado, deve dar uma volta com o boi preso e retornar ao brete. è muito importante ritmo na apresentação. O único momento que o ritmo pode ser perdido é no momento da corrida, pois aí depende muito do boi que, ao que tudo indica não é treinado para colaborar com o laçador.